quinta-feira, 5 de abril de 2012

De volta ao Brasil, pressão de fechar o Lolla não assusta Arctic Monkeys

Cinco anos após a sua primeira (e única) passagem pelo Brasil, o Arctic Monkeys volta ao País no domingo (8). Mas, se em 2007, no Tim Festival, eles eram apenas a atração de abertura para o The Killers, agora eles voltam com status de headliners do Lollapalooza, que acontece no final de semana, no Jockey, na capital paulista. Nada que assuste, porém, o baterista Matt Helders. "É bom ver que nossa carreira seguiu no rumo certo", comentou ele em entrevista por telefone ao Terra. "Quando você é headliner, isso significa que uma boa parte da plateia está ali para te ver. Então você tem que se esforçar um pouco mais."


O Arctic Monkeys que se apresenta no domingo em São Paulo é outra banda daquela de cinco anos atrás. A urgência juvenil dos dois primeiros discos - Whatever People Say I Am, That's What I'm Not (2006) e Favourite Worst Nightmare (2007) - que remetia ao punk foi domada. Muito em função da alta produtividade do grupo - foram quatro discos em seis anos -, o que também os deixou longe do País. "Em vários momentos sentíamos que precisávamos voltar ao Brasil, mas sempre rolava alguma coisa, entrar em estúdio, por exemplo", explica Helders. "A turnê de Suck It And See está mais longa, então pudemos ir a mais lugares."
Na jornada da curta carreira, o terceiro disco, Humbug, parece ter sido um divisor de águas. Após um ótimo disco do projeto paralelo do vocalista Alex Turner, The Last Shadows Puppets, o Arctic Monkeys diminiui o andamento das músicas e lançou seu disco mais bem produzido e menos pop. Não chega a ser um disco experimental, mas serviu como aprendizado para a banda, boa parte pelo trabalho com JOsh Homme, líder do Queens of The Stone Age, que produziu parte do disco. "Ele nos fez pensar mais em harmonias. Foi uma ótima experiência no deserto", lembra o baterista.
Suck It And See, quarto disco da banda, lançado no ano passado, retomou o caminho do pop. Helders diz que este foi um disco mais leve desde sua composição. "Alex começou a usar acordes maiores, a fazer as músicas no violão, de um jeito mais tradicional." A gravação também foi mais leve, com a banda ensaiando muito antes de entrar no estúdio. "Quando entramos no estúdio estava tudo pronto, gravamos uma música por dia, às vezes ao vivo", lembra. "Foi mais divertido, porque não tinha pressão. No Humbug, às vezes passávamos um dia inteiro tentando fazer um pequeno detalhe funcionar em uma música."
Quando lançou o primeiro álbum, em 2006, o Arctic Monkeys foi um fenômeno: quase 364 mil álbuns vendidos na primeira semana no Reino Unido, um recorde até então. Mesmo sem vender tanto quanto antes - "agora nossos discos não atingem essa marca em um ano", brinca Helders -, a banda teve os quatro álbuns no topo das paradas inglesas. Para ele, este é um reflexo da qualidade dos discos. "Podíamos fazer tudo no computador e lançar no dia seguinte, mas as pessoas apreciam nosso cuidado em lançar álbuns de verdade", comentou.
Sendo assim, o Arctic Monkeys já está pensando no próximo álbum. "Sempre temos algumas ideias de músicas, o Alex sempre compõe", comenta Helders. "Quem sabe depois desta turnê pela América do Sul não sentamos para ouvir estas músicas e começar a trabalhar em um disco novo.

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