Este ano, o Monkees colocou de lado uma década de amargura e excursionou para comemorar o aniversário de 45 anos. Fizeram 43 shows na Europa e nos Estados Unidos antes de suspender a turnê sem quase nenhuma explicação, em agosto. “Não posso falar muitos detalhes sobre o que aconteceu", o baixista/guitarrista Peter Tork conta à Rolling Stone EUA. “Mas tivemos algumas questões de negócios que não conseguimos coordenar corretamente. Tropeçamos em uma falha e aconteceu uma espécie de deslocamento estranho, em certo ponto. Não posso dizer mais nada sem entrar nas coisas que temos que manter entre nós. Temos que resolver essas questões longe dos olhos do público.”
De acordo com Tork, os problemas internos do grupo surgidos na turnê de 2001 não voltaram à tona. "Eu reajo muito menos do que costumava”, diz ele. "Entre as mudanças de comportamento de todos e a reestruturação na forma como lidávamos um com os outros . . . fizemos tudo certo. Nos divertimos bastante no palco, rimos, criamos piadas. Jonsey [Davy Jones] e [Micky] Dolenz são caras engraçados. Algumas noites, cantava [na melodia de “'I'm A Believer”], “I saw her face, not Justin Bieber . . .'" (eu vi o rosto dela, não era Justin Bieber, em tradução livre).
Diferente do que aconteceu em shows anteriores do Monkees, em que eram tocados basicamente os hits, o grupou cavou fundo em seu catálogo e tocava regularmente um set de 43 músicas, que durava mais de duas horas. “Conseguimos concentrar muitas canções porque pulávamos o verso do meio de algumas delas" diz Tork. "Tentamos fazer isso com o intervalo, mas isso só acabava com nosso ritmo.” A turnê fez com que o grupo recebesse ótimas resenhas. “A publicidade residual que conseguíamos na década de 70 por ser um grupo de mentira só acabou antes dessa turnê”, Tork diz. "Em 1997, fizemos uma turnê pelo Reino Unido e tínhamos regularmente casas com 8 mil pessoas berrando do começo ao fim. Absolutamente todas as resenhas no Reino Unido diziam 'nossa, essas pessoas estão tão iludidas. Simplesmente não conseguem perceber quando algo é terrível. Qual o problema dessas pessoas burras? ‘.“
Aquela turnê de 1997 pelo Reino Unido foi a última vez que Michael Nesmith dividiu o palco com o Monkees. Todas as turnês seguintes contaram com o lie-up que tem o trio Tork, Jones e Dolenz. "Os fãs nos chamam de os ‘Threekees’”, diz Tork. "Eu diria que as chances de uma outra turnê do Threekees são melhores do que 50%. Quanto ao line-up com os quarto integrantes, o 'Fourkees', diria que as chances não chegam aos dois dígitos.”
Na década de 80, Nesmith ocasionalmente participava de uma ou duas músicas com a banda, quando ela passava por Los Angeles. "Imagino que é improvável até que isso aconteça” , diz Tork. "Mas aí a porcentagem da possibilidade já é bem maior do que da gente viajar como um quarteto." Se o Monkees realmente sair em turnê novamente, Tork não acredita que os fãs terão que esperar outros dez anos. "Provavelmente, seria no próximo ano, ou próximos dois anos”, ele diz. "Mas é óbvio que nada está certo ainda e até que a gente veja um acordo no horizonte, não dá nem para começar a organizar uma turnê. Porque quando você começa a planejar, pode deixar tudo agendado para seis
ou sete meses para frente."
Apesar dos elogios à última turnê, Tork ainda sente que o Monkees não recebe o respeito que merece. “Com toda a modéstia devida, já que tive pouco a ver com isso, o songbook do Monkees é um dos melhores da história do pop", ele diz. “Certamente, está entre os cinco melhores, em termos de profundidade e alcance. Foi revelado que não tocávamos muito nossos instrumentos nos discos bem no momento quando o idealismo da beatlemania no rock estava no auge. Então, nos tornamos os grandes traidores. As origens do grupo eram óbvias e todo mundo entendia isso, mas de repente um interruptor foi acionado e as coisas começaram a desmoronar em torno de nós."
Enquanto espera o tempo do Monkees resolver as questões internas, Tork está caindo na estrada para uma série de shows acústicos solo, assim como para suas apresentações da banda de blues Shoe Suede Blues. "Com o grupo, fazemos um terço de músicas do Monkees, um terço de originais e um terço de covers de blues famosos" Tork diz. "Com meu show solo, levo um banjo e teclado e toco canções de folk e geralmente faço um cover de Bach no teclado só por diversão. Mas eu sei que se eu não tocar algumas músicas do Monkees, o público ficará totalmente frustrado."
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